Acesso ao principal conteúdo
#Irão

Primeiro aniversário da morte de Mahsa Amini no Irão

Este sábado, assinala-se o primeiro aniversário da morte de Mahsa Amini, uma curda iraniana de 22 anos que foi detida e violentamente espancada pela polícia da moral do Irão por infracção ao código de vestuário feminino do país.

Retrato de Mahsa Amini durante um protesto junto à Embaixada do Irão em Bruxelas. 23 de Setembro de 2023.
Retrato de Mahsa Amini durante um protesto junto à Embaixada do Irão em Bruxelas. 23 de Setembro de 2023. AFP - KENZO TRIBOUILLARD
Publicidade

A jovem Mahsa Amini morreu, há um ano, num hospital de Teerão três dias após a detenção, acusada de usar indevidamente o véu islâmico. A sua morte provocou uma onda de protestos civis, à escala nacional e internacional.

Este sábado 16 de Setembro, de manhã, o pai de Mahsa Amini, Amjad Amini, foi detido exactamente um ano depois da filha.  

Segundo a Iran Human Rights (IHR), organização não-governamental opositora ao regime iraniano com sede em Oslo, na Noruega, Amjad Amini “foi detido esta manhã pelas forças repressivas” iranianas, quando saía de casa, em Saqez, no Curdistão, “e regressou horas depois”.

Nas últimas semanas, Amujad Amini foi levado pelo menos quatro vezes para ser inquirido por várias forças de segurança, que o pressionaram e desrespeitaram.

Os protestos no Irão prolongaram-se durante meses, começaram por ser marcados por apelos à liberdade e à defesa dos direitos das mulheres, com as iranianas a desafiarem abertamente o regime, e evoluíram para apelos ao fim da República Islâmica.

A contestação nas ruas foi perdendo força perante uma repressão que causou 551 mortos, incluindo 68 menores e 49 mulheres (de acordo com a ONG iraniana Human Rights), 22.000 detidos (segundo a Amnesty International) e a execução de sete manifestantes.

Os militantes afirmam que a repressão se intensificou com o aproximar da data do primeiro aniversário da morte de Mahsa Amini e que a perseguição visou sobretudo os familiares de pessoas mortas nas manifestações. A ONG Human Rights Watch indicou que, em Agosto, familiares de, pelo menos, 36 pessoas mortas na sequência dos protestos, foram interrogados, detidos ou condenados a pena de prisão.

Os dois jornalistas que mais acompanharam o caso, Niloufar Hamedi e Elahe Mohammadi, estão presos há quase um ano, e a repórter Nazila Maroufian, que entrevistou o pai de Mahsa Amini, Amjad Amini, foi detida várias vezes. Entretanto, Amjad Amini declarou a jornais iranianos baseados no estrangeiro que queria organizar o aniversário da morte da filha na cidade de Saquez, no norte do Irão, e alguns media e ONG’s adiantaram que ele foi convocado pelos responsáveis dos serviços de segurança e que foram enviadas forças de segurança suplementares para essa cidade, nomeadamente junto de sua casa, e outras localidades curdas.

Na véspera do aniversário da morte de Mahsa Amini, os Estados Unidos e a União Europeia impuseram novas sanções a indivíduos e a entidades relacionados com o regime de Teerão. Algo que o regime iraniano já condenou.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.